Trabalhador numa cantina, nascido na África do Sul, forma uma banda, faz digressões e ainda mais digressões, "licencia-se" ao tocar em bares na sua cidade adoptada de Charlottesville, Virginia em estádios que o deixem. Pelo caminho, temos uma camioneta esfarrapada, muita droga e uma base de fãs de universitários ainda a recuperar das suas primeiras ressacas para descobrir o som das suas vidas.
E que som! Matthews mistura os ritmos do seu país com uma atitude de percussão à guitarra rítmica com muezzin, clássico moderno, funk, jazz e qualquer outra coisa que lhe ocorra e que lhe agrade. A sua banda multiracial e de várias gerações era o máximo da onda do jazz de Charlottesville, contudo foi Matthews e as suas canções que conseguiram realçar a genialidade das suas actuações. Adiciona-se instrumentos apropriados como o guitarrista Tim Reynolds e um álbum e o DMB torna-se num monte de sons competitivos guiados pela genial condução de Matthews. Two Step é tão irresistível como o filme clássico de 1965 Zobra the Greek.
What Would You Say? é uma demonstração de quatro minutos, de quatro décadas de James Brown. Don`t Drink the Water chega ao auge com uma canção de loucura sublime compartilhado por Alanis Morissette.
O perfil sempre em mudança fica bem a um homem, que tanto no palco ou fora dele eleva a cortesia sulista ao mais alto nível, tendo personalidades absurdas e diferentes. A tendência quase de camaleão fica-lhe bem, perdoando a sua voz quase como karaoke parecida com Peter Gabriel. A melhor canção de Matthews, Crash Into Me, é uma apresentação comovente. A letra explode com um fogo sexual honesto. "Levanta a saia", diz ele quase a resmungar, "e mostra-me ao mundo". Sem nenhuma surpresa, as mulheres amam-no.
A razão da dinâmica constante de Matthews e as suas letras se tornarem em música para abrir cervejas em festas universitárias é um mistério. Ser acusado de ser enfadonho e considerado medíocre por críticos que pensam que o conceito de "todos os blues são iguais" é um sacrilégio. É verdade que as suas actuações derivam na técnica em vez da própria música, mas os milhões de fãs gritam tão forte como o fizeram para o álbum Four Way Street de Crosby, Stills, Nash & Young há 30 anos. Tal como eles, Matthews é significativo de qualidade. O problema é que o êxito veio numa altura em que esse trabalho se tornou a solo.